quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Brasil sedia eventos de aleitamento materno e alimentação saudável em 2019


Com o mote 'Amamentação e alimentação complementar saudável: direitos humanos a serem protegidos para a vida', o Rio de Janeiro recebe de 11 a 15 de novembro de 2019 grandes eventos sobre o tema. Ao mesmo tempo, serão realizados encontros nacionais e conferências mundiais, trazendo o diferencial da primeira conferência mundial sobre alimentação complementar. A ideia é enfatizar não só a importância do aleitamento materno, como também de uma alimentação saudável, direitos humanos que devem ser defendidos.
Para Marcos Arana, pesquisador do Instituto Nacional de Ciências Médicas e Nutrição do México, a realização da 3ª Conferência Mundial de Aleitamento Materno no Brasil, em 2019, representa a valorização da América Latina e um reconhecimento da atuação do Brasil, do trabalho da Rede internacional em Defesa do Direito de Amamentar (Ibfan) e iniciativas como a própria legislação brasileira e os bancos de leite: "as contribuições do Brasil e seus pesquisadores ativistas têm sido muito importantes".
De acordo com o coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano da Fiocruz, João Aprigio Guerra de Almeida, a expertise que o Brasil construiu, com sua tradição de política nacional de aleitamento materno, autoriza o país a sediar um evento dessa natureza, permitindo que outros países e expoentes internacionais possam conhecer pessoalmente o trabalho do Brasil: "É uma excelente oportunidade de ganho para todos, que vai agregar valor ao trabalho no SUS. Nosso papel, como Fiocruz, ao apoiar um evento como esse, é unir forças com outras instituições", enfatiza.
Precedidos pelo ato público Mil Mães Amamentando, os quatro encontros ocorrerão no Centro de Convenções SulAmérica: XV Encontro Nacional de Aleitamento Materno (XV ENAM), V Encontro Nacional de Alimentação Complementar Saudável (V ENACS), 3ª Conferência Mundial de Aleitamento Materno (3rd WBC) e 1ª Conferência Mundial de Alimentação Complementar (1st WCFC).
A realização é da Ifbfan, com o apoio da Fiocruz e de universidades públicas. As inscrições para os eventos já estão disponíveis, com descontos até 18 de maio de 2019.  Mais informações sobre a programação, os cursos e as inscrições de trabalhos serão divulgadas no site do Enam.
Foto: Projeto Comer Pra Quê/Salvador Scofano/Fiocruz Imagens

Ibfan
A Rede internacional em Defesa do Direito de Amamentar, conhecida por International Baby Food Action Network (Ibfan), é formada por mais de 270 grupos de ativistas, em aproximadamente 170 países, há quase 40 anos. A rede trabalha em prol do direito de a mulher amamentar, defende o aleitamento materno e compartilha informações para aumentar a consciência mundial sobre a importância da amamentação e da alimentação saudável.
No Brasil, foi fundada em 1983 e está presente em diversas cidades pelo país, realizando um trabalho educativo e de fiscalização, para ajudar a manter a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de 1ª Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL). Como missão, também busca eliminar as práticas não éticas de marketing de produtos como chupeta, mamadeira, que interferem negativamente na amamentação.
Mil mães amamentando
Evento que marca a abertura dos Encontros nacionais e as Conferências mundiais de Aleitamento materno e Alimentação complementar, Mil mães representa um momento de confraternização para celebrar e compartilhar a cultura da amamentação e da alimentação saudável. O ato público acontecerá no Museu de Arte Moderna (MAM), no dia 11 de novembro de 2019.
ENAMzinho e ENACSquinho
Eventos paralelos ao ENAM e ao ENACS, envolvendo jovens de escolas, do Ensino Fundamental e Médio, onde serão apresentados trabalhos e atividades, desenvolvidos pelos estudantes no decorrer do ano de 2019, nos temas de aleitamento materno e alimentação complementar saudável.
Oficina preparatória
Ao final de 2018, ocorreu, no Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, no Rio de Janeiro, a primeira oficina preparatória relacionada aos quatros eventos, reunindo mais de 30 pessoas de instituições diferentes.  A Oficina também marcou a comemoração simbólica dos 30 anos da criação da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de 1ª Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras: a NBCAL.
As discussões colocaram em pauta demandas e sugestões ligadas a questões logísticas, financeiras e operacionais dos eventos, incluindo a programação e os eixos temáticos. Também foi abordada a preocupação de inserir temas emergentes, tais quais: alimentação complementar e fortificação, contaminantes, sustentabilidade epigenética, dentre outros. Outro direcionamento foi a inserção da América Latina no evento, em termos de temas, convidados e panoramas internacionais.
Ao longo do encontro, foram apresentadas informações sobre a organização dos eventos, o local de realização, o Centro de Convenções SulAmérica, a identidade visual e o histórico de discussões, de outras reuniões. Para elaboração do plano de trabalho, os participantes da Oficina foram divididos em três diferentes grupos: 1) Executiva/Científica/Financeira/Estrutura; 2) Mil Mães / Enamzinho-Enacsinho; e 3) Cultural/Comunicação. No âmbito internacional, foi realizada uma reunião virtual com coordenadores globais da Ibfan: Patricia Rundall (United Kingdom), Elisabeth Sterken (Canada) e Barbara Nalubanga (Uganda).
A expectativa é que os quatro encontros abordem assuntos envolvendo o aleitamento materno e a alimentação complementar saudável, divididos em cinco eixos principais: alimentação infantil na agenda global; a alimentação infantil no contexto contemporâneo; ética, direitos e equidade nas questões de alimentação infantil; políticas e práticas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e alimentação complementar saudável; e formação e educação em amamentação e alimentação complementar. Estão previstos workshops, mais de 30 mesas-redondas, trabalhos para apresentação, além da comemoração de 40 anos de Ibfan e do Método Canguru. Também serão celebrados os 100 anos da Organização Internacional do Trabalho e dos direitos trabalhistas das mulheres.

Fonte: Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde - FioCruz

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

OPAS/OMS apoiam XV ENAM & III WBC no Rio



Em novembro, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) vai participar de evento mundial no Rio de Janeiro (RJ) sobre aleitamento materno. Iniciativa é promovida pela Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN, na sigla em inglês). O aumento do aleitamento materno para níveis quase universais no mundo poderia salvar, anualmente, a vida de mais de 820 mil crianças com menos de cinco anos de idade.
Com o apoio do governo do Brasil, de universidades públicas e da OPAS, a IBFAN realizará na capital fluminense, de 11 a 15 de novembro, a

III Conferência Mundial de Aleitamento Materno (WBC), a
I Conferência Mundial de Alimentação Complementar (WCFC), o
XV Encontro Nacional de Aleitamento Materno e o
V Encontro Nacional de Alimentação Complementar Saudável.

A promoção da amamentação é uma prioridade para a OPAS, escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a região das Américas. O organismo coordenará uma atividade de promoção do aleitamento durante os eventos no Rio.

A agência lembra que a amamentação se relaciona de várias formas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) – com as quais o Brasil e outros 192 países se comprometeram em 2015.

No caso do ODS 1 (Fim da pobreza), a amamentação dá às crianças um melhor começo de vida, independentemente de ela nascer em um país de renda alta ou baixa ou de sua família ser rica ou pobre. Um estudo publicado no Lancet Global Health aponta que crianças amamentadas durante 12 meses em áreas urbanas do Brasil alcançaram, na vida adulta, rendimentos 33% mais altos do que as amamentadas por menos de 12 meses.

Em relação ao ODS 2 (Fome zero), o aleitamento materno exclusivo, durante os primeiros seis meses de vida, ajuda a prevenir a fome, a desnutrição e a obesidade, ao garantir todos os nutrientes e calorias necessários para o crescimento e desenvolvimento do bebê. Após esse período, a OPAS/OMS recomenda que a criança continue se amamentando, junto com a ingestão de outros alimentos, por até dois anos ou mais.

O leite materno também contribui para o alcance do ODS 3 (Saúde e bem-estar). Uma pesquisa divulgada no periódico The Lancet afirma que a amamentação está associada a uma redução de 13% na probabilidade de ocorrência do sobrepeso e/ou obesidade e também a uma queda de 35% na incidência do diabetes tipo 2.

A mesma análise diz que o leite materno contribui para um aumento médio de três pontos no quociente de inteligência (QI). Outra evidência científica mostra que crianças amamentadas por um período superior a 12 meses em áreas urbanas do Brasil completaram um ano a mais de atividades educacionais em comparação com as amamentadas por menos de 12 meses. Ambas as conclusões indicam que o aleitamento contribui com o cumprimento do ODS 4 (Qualidade na educação).

O direito à amamentação e ordenha em locais públicos, o aumento da licença maternidade para 4 e 6 meses no caso das Empresas Cidadãs, se relacionam com o ODS 5 (Igualdade de gênero), também deve ser garantido para toda a população.

Quanto ao ODS 8 (Trabalho decente e crescimento econômico), somente dez dos 38 países das Américas concedem pelo menos 14 semanas de licença-maternidade, conforme recomendado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). São eles Belize, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Panamá, Peru e Venezuela. Esse número pequeno de nações pode ser um entrave à realização do aleitamento materno segundo as orientações da OPAS/OMS. E é prejudicial também para a economia dos países.

Um estudo publicado no American Journal of Health Promotion mostra que mães que amamentam se abstêm menos do trabalho do que as que dão fórmula infantil para os filhos. Isso porque os problemas de saúde das crianças alimentadas com leite materno costumam ser menos frequentes e graves.

No México, por exemplo, estima-se que os custos associados ao aleitamento materno inadequado, entre crianças nascidas em 2012, variam de 745,6 milhões a 2,41 bilhões de dólares. Os cálculos são de pesquisa publicada pela Sociedade Americana de Nutrição.
Já nos Estados Unidos, os gastos com os efeitos da amamentação abaixo do recomendado são de 13 bilhões de dólares para as crianças, excluindo desse valor as perdas associadas a efeitos cognitivos. Quando considerada a situação das mães, os custos chegam a 17,4 bilhões de dólares. Os números foram calculados em estudos divulgados pelas revistas Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria, e Obstetrics and Gynecology.
Em relação ao ODS 13 (Ação contra a mudança global do clima), o aleitamento materno é uma fonte natural e sustentável de nutrição e subsistência, que não polui o meio ambiente e exige poucos recursos. Já as fórmulas infantis se somam às emissões de gases do efeito estufa em cada passo da sua produção, transporte, preparação e uso, além de gerarem lixo. Por isso, só devem ser consumidas se forem realmente necessárias.

Recomendações

A OPAS/OMS recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente com o leite da mãe até os seis meses e que a amamentação continue acontecendo, junto com a ingestão de outros alimentos, por até dois anos ou mais.
O aumento do aleitamento materno para níveis quase universais poderia salvar, por ano, a vida de 20 mil mulheres e também de mais de 820 mil crianças com menos de cinco anos de idade.

Anualmente, a amamentação quase universal também adicionaria um valor estimado em 300 bilhões de dólares à economia global. O valor está associado a melhorias da capacidade cognitiva, caso cada criança fosse amamentada até pelo menos os seis meses de idade, e ao aumento do que elas poderiam produzir ao longo da vida.
A OPAS lembra ainda que expandir as taxas de aleitamento materno reduziria significativamente os custos das famílias e dos governos no tratamento de enfermidades infantis, como pneumonia, diarreia e asma.

Dez passos

Em abril de 2018, a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) publicaram novas orientações sobre amamentação, com dez passos para aumentar o apoio ao aleitamento materno nas unidades de saúde que prestam serviços de maternidade e para recém-nascidos.

A publicação Ten Steps to Successful Breastfeeding (“Dez passos para o sucesso do aleitamento materno”, em português) faz parte da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, lançada em 1991 pela OMS e UNICEF. Essas orientações práticas incentivam novas mães a amamentar, além de informar os profissionais de saúde sobre a melhor forma de apoiar o aleitamento materno.



Fonte: Aleitamento.com / ONU Brasil

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